"Os Maias"

Carlos sentiu a quentura de desejo que vinha dela, que o entontecia, terrível como o bafo ardente de um abismo, escancarado na terra a seus pés. Ainda balbuciou: "Não, não..." Mas ela estendeu os braços, envolveu-lhe o pescoço, puxando-o para si, num múrmurio que era como a continuação do suspiro, e em que o nome de "querido" sussurrava e tremia. Sem resistência, como um corpo morto que um sopro impele, ele caiu-lhe sobre o seio. Os seus lábios secos acharam-se colados, num beijo aberto que os humedecia. E de repente, Carlos enlaçou-a furiosamente, esmangando-a e sugando-a, numa paixão e num desespero que faz tremer todo o leito.
cap.XVII



esta é das partes que mais gosto do livro. é o incesto involuntário e é linda, pois, tudo parece real e ao lermos, em cada linha, o amor que os une não nos damos conta do pecado que se está a cometer. o livro ao inicio é um pouco "seca" mas lá para o meio torna-se entusiasmante e não se consegue deixar de ler... aconselho a toda a gente ler porque se fica a conhecer muito melhor o país onde vivemos.
grandes dias de praia mas sem a tua companhia :(
***cris